quinta-feira, 9 de junho de 2011

APOSTILA DE MATEMÁTICA NO PLANEJAMENTO

 Pretende-se, neste curso, proporcionar ao aluno a construção dos princípios de uma prática pedagógica de matemática que se desenvolva dentro de um movimento coerente e criativo em que conteúdos, objetivos e métodos se geram mutuamente tendo como fonte a intencionalidade educativa do professor de matemática.


Inserindo a Matemática na Educação Infantil

Gabriela Guarnieri de Campos Tebet
A Educação Infantil brasileira passou por diversas transformações nos últimos 20 anos. Desde o final da década de 1980, universidades, movimentos sociais, partidos políticos, associações profissionais e mães têm debatido o modelo de Educação Infantil pretendido para as crianças brasileiras, influenciando as diretrizes estabelecidas na legislação do país.
A matemática e o projeto não-escolarizante de Educação Infantil
A Educação Infantil brasileira passou por diversas transformações nos últimos 20 anos. Desde o final da década de 1980, universidades, movimentos sociais, partidos políticos, associações profissionais e mães têm debatido o modelo de Educação Infantil pretendido para as crianças brasileiras, influenciando as diretrizes estabelecidas na legislação do país.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB -, aprovada em 1996, estabelece, em seu artigo n. 29, que a Educação Infantil tem como finalidade “o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. Tal afirmação é resultado de uma nova maneira de compreender a criança que é vista como um ser ativo, competente, agente, produtor de cultura, pleno de possibilidades atuais e não apenas futuras.
Mas como trabalhar, no dia-a-dia da Educação Infantil, a partir de tais concepções? O quê ensinar para as crianças? Essas podem ser algumas dúvidas comuns de muitas professoras. Para respondê-las é importante compreender que as crianças estão inseridas no mundo e que, desde o seu nascimento, esforçam-se para compreendê-lo, reinventando e interagindo com ele a cada momento. Dessa forma, o papel do professor não seria tanto ensinar-lhes conteúdos, mas propiciar-lhes momentos e oportunidades para que explorem e descubram esse mundo.
Ao invés de apenas ensinar a matemática, poderíamos organizar o ambiente e disponibilizar para as crianças jogos e materiais que permitam desenvolver noções e conceitos matemáticos, que vão muito além de ensinar a contar.

Possibilitando às crianças um encontro com a matemática.
Existem muitas formas de conceber e trabalhar com a matemática na Educação Infantil. A matemática está presente na arte, na música, em histórias, na forma como organizo o meu pensamento, nas brincadeiras e jogos infantis. Uma criança aprende muito de matemática, sem que o adulto precise ensiná-la. Descobrem coisas iguais e diferentes, organizam, classificam e criam conjuntos, estabelecem relações, observam os tamanhos das coisas, brincam com as formas, ocupam um espaço e assim, vivem e descobrem a matemática. Contudo, é importante pensarmos que tipo de materiais podemos disponibilizar para as crianças a fim de possibilitar-lhes tais descobertas.
Existem no mercado diversos materiais que podem ser utilizados pelos professores para enriquecer o contato com o universo matemático. São músicas, livros de histórias infantis, encartes de revistas, brinquedos e jogos pedagógicos, que podem ser facilmente encontrados e que permitem à criança o contato com os números, com as formas, com as quantidades, seqüências, etc. Além desse material, é possível que o professor crie seu próprio material de trabalho, confeccionando quebra-cabeças, seqüências lógicas, desenvolvendo atividades com ritmo, oferecendo palitos e outros materiais, propondo jogos e brincadeiras e possibilitando a criação das crianças.
 Quanto ao trabalho com os números, é importante compreendermos que estes são símbolos que representam graficamente uma quantidade de coisas que poderiam ser representadas de outra forma. Assim, antes de descobrir os números, é importante ajudarmos as crianças: dizer quantos têm, mostrar nos dedinhos e brincar com tudo isso. Posso indicar que tenho 2 coisas mostrando o dedo indicador e o médio, mas também posso fazê-lo mostrando o dedo mínimo e o polegar. De qualquer forma estarei mostrando 2 dedos. De quantas formas diferentes você é capaz de mostrar 3 dedos? E 5?
Se uma criança, ao mostrar 8 dedos para a professora, pergunta quantos dedos têm ali, ela pode receber a resposta ou ser estimulada a desenvolver o seu pensamento lógico-matemático. Posso responder que tem 8 dedos, como posso desafiá-la, dizendo que ali só tem um dedo e mostrar: 1, 1, 1, 1, 1, 1,1 e1. Diante da contestação da criança, posso então dizer que me enganei e que acho que ali tem 5 e 3, ou 4 e 4, fazendo com que ela descubra que os números são mais que eles mesmos, podendo ser um conjunto de outros números.
O importante é que o professor perceba que pode trabalhar a matemática na Educação Infantil sem se preocupar tanto com a representação dos números ou com o registro no papel, pode colocar em contato com a matemática crianças de todas as idades, desde bebês. Podemos pensar a matemática a partir de uma proposta não-escolarizante, que permita à criança criar, explorar e inventar seu próprio modo de expressão e de relação com o mundo. Tudo o que temos que fazer é criar condições para que a matemática seja descoberta, oferecer estímulo e estar atentos às descobertas das crianças.


Usar as formas mais simples para aprimorar conceitos abstratos como: espaço temporal, localização , direção, etc.
















































TANGRAM
O Tangram é um quebra-cabeça chinês antigo. O nome significa "7 tábuas da sabedoria".
Ele é composto de sete peças (chamadas de tans) que podem ser posicionadas de maneira a formar um quadrado:
Neste puzzle deve-se seguir duas regras: usar todas as peças e não sobrepor elas.
Além do quadrado, diversas outras formas podem ser obtidas, sempre observando duas regras:
  • Todas as peças devem ser usadas
  • Não é permitido sobrepor as peças.

              


O PAPEL DA MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL
A Matemática comporta um amplo campo de relações, regularidades e coerências que
despertam a curiosidade e instigam a capacidade de generalizar, projetar, prever e abstrair,
favorecendo a estruturação do pensamento e o desenvolvimento do raciocínio lógico. Faz parte da
vida de todas as pessoas nas experiências mais simples como contar, comparar e operar sobre
quantidades. Nos cálculos relativos a salários, pagamentos e consumo, na organização de atividades como agricultura e pesca, a Matemática se apresenta como um conhecimento de muita aplicabilidade.
Também é um instrumental importante para diferentes áreas do conhecimento, por ser utilizada
em estudos tanto ligados às ciências da natureza como às ciências sociais e por estar presente na
composição musical, na coreografia, na arte e nos esportes.
Essa potencialidade do conhecimento matemático deve ser explorada, da forma mais ampla
possível, no ensino fundamental.
Para tanto, é importante que a Matemática desempenhe, equilibrada e indissociavelmente,
seu papel na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento, na agilização
do raciocínio dedutivo do aluno, na sua aplicação a problemas, situações da vida cotidiana e
atividades do mundo do trabalho e no apoio à construção de conhecimentos em outras áreas
curriculares.

MATEMÁTICA E CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA
O papel que a Matemática desempenha na formação básica do cidadão brasileiro norteia
estes Parâmetros. Falar em formação básica para a cidadania significa falar da inserção das pessoas no mundo do trabalho, das relações sociais e da cultura, no âmbito da sociedade brasileira.
A pluralidade de etnias existente no Brasil, que dá origem a diferentes modos de vida, valores,
crenças e conhecimentos, apresenta-se para a educação matemática como um desafio interessante.
Os alunos trazem para a escola conhecimentos, idéias e intuições, construídos através das
experiências que vivenciam em seu grupo sociocultural. Eles chegam à sala de aula com diferenciadas ferramentas básicas para, por exemplo, classificar, ordenar, quantificar e medir. Além disso, aprendem a atuar de acordo com os recursos, dependências e restrições de seu meio.
A par desses esquemas de pensamentos e práticas, todo aluno brasileiro faz parte de uma
sociedade em que se fala a mesma língua, se utiliza o mesmo sistema de numeração, o mesmo
sistema de medidas, o mesmo sistema monetário; além disso, recebe informações veiculadas por
meio de mídias abrangentes, que se utilizam de linguagens e recursos gráficos comuns,
independentemente das características particulares dos grupos receptores.
Desse modo, um currículo de Matemática deve procurar contribuir, de um lado, para a
valorização da pluralidade sociocultural, impedindo o processo de submissão no confronto com
outras culturas; de outro, criar condições para que o aluno transcenda um modo de vida restrito a
um determinado espaço social e se torne ativo na transformação de seu ambiente.
A compreensão e a tomada de decisões diante de questões políticas e sociais também
dependem da leitura e interpretação de informações complexas, muitas vezes contraditórias, que
incluem dados estatísticos e índices divulgados pelos meios de comunicação. Ou seja, para exercer
a cidadania, é necessário saber calcular, medir, raciocinar, argumentar, tratar informações
estatisticamente, etc.
Da mesma forma, a sobrevivência numa sociedade que, a cada dia, torna-se mais complexa,
exigindo novos padrões de produtividade, depende cada vez mais de conhecimento.

Essas idéias influenciaram as reformas que ocorreram mundialmente, a partir de então. As
propostas elaboradas no período 1980/1995, em diferentes países, apresentam pontos de convergência, como, por exemplo:

• direcionamento do ensino fundamental para a aquisição de competências
básicas necessárias ao cidadão e não apenas voltadas para a preparação
de estudos posteriores;
• importância do desempenho de um papel ativo do aluno na construção do seu conhecimento;
• ênfase na resolução de problemas, na exploração da Matemática a partir dos problemas vividos no cotidiano e encontrados nas várias disciplinas;
• importância de se trabalhar com um amplo espectro de conteúdos,
incluindo-se, já no ensino fundamental, elementos de estatística,
probabilidade e combinatória, para atender à demanda social que indica
a necessidade de abordar esses assuntos;
• necessidade de levar os alunos a compreenderem a importância do uso
da tecnologia e a acompanharem sua permanente renovação.

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